segunda-feira, 14 de abril de 2008

CORPO DE MULHER

O OUTRO CÂNCER DAS MULHERES

Depois do tumor de mama, o Câncer do colo do útero é o segundo tipo mais comum. Estima-se que 19 mil novos casos só este ano no Brasil.

Apesar das chances de prevenção e de cura serem enormes, o câncer do colo de útero continua sendo o segundo tumor mais comum entre as mulheres. A doença também representa a quarta causa de morte entre os tipos de câncer femininos. Com cerca de 500 mil novos casos por ano em todo o mundo, a estimativa, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é que só em 2008, cerca de 19 mil novos casos foram registrados.
Para Wagner José Gonçalves, ginecologista e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a causa para o grande índice de mulheres que ainda apresentam quadro de tumores malignos no útero é “a falta de prevenção em especial, nas classes mais pobres. O Câncer do colo do útero é assintomático. É por isso que muitas mulheres acabam descobrindo em estágio já avançado”, explica.

Essa doença pode se desenvolver até 10 anos após a contaminação pelo vírus. Durante esse período, podem surgir lesões pré-cancerosas no tecido uterino, bastante freqüente em mulheres de 20 a 30 anos. O exame de Papanicolau identifica essas lesões, evitando que evoluam para um câncer. “as chances de descoberta e cura em estágio inicial é de 100%”, comenta Gonçalves.

PREVENIR É FÁCIL

VEGETAIS AJUDAM A PREVENIR O CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

A prevenção do câncer e de lesões no colo do útero pode começar com uma alimentação saudável e variada. Uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), apontou que mulheres que consumiam mais folhas verdes - escuras, verduras e frutas de cor alaranjada ou amarela escura tiveram risco menor de desenvolver lesões do colo uterino. “Esses alimentos são ricos em antioxidantes e podem ser, por exemplo, cove, espinafre, alface, agrião, pimentão, cebola, laranja, mamão e acerola”, afirma Luciana Tomita, nutricionista e autora da pesquisa. Entram na lista dos aliados contra o câncer frutas como melancia, goiaba e tomate. Isso porque esses alimentos possuem uma substancia chamada licopeno, que contribui com o fortalecimento do sistema imunológico do corpo.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), cerca de 90% dos casos de câncer do colo do útero, são causados pela contaminação do vírus papiloma humano o HPV, que provoca mudanças nas células de revestimento da região. “A falta de higiene íntima, o consumo de tabaco e uso prolongado de contraceptivos orais podem contribuir para o câncer se desenvolva”, diz José Henrique Gebrim, também professor da Unifesp.

“A transmissão do vírus HPV acontece através das relações sexuais e é recorrente. Por isso, o método mais seguro de prevenção ainda é a camisinha, que reduz de 70% a 80% as chances de contaminação”, completa Gebrim.

Segundo o ginecologista, as possibilidades para curar uma paciente vão diminuindo conforme progressão da doença. Dados do INCA, revelam que a moralidade por câncer do colo do útero é mais evidente dos 40 aos 69 anos. No mundo, cerca de 230 mil mulheres morem todos os anos por causa da doença. “muitas podem ter se contaminado com o vírus HPV aos 20 anos e, por não fazerem o exame de prevenção, sofrem hoje com nódulo maligno. Geralmente, as mulheres que têm a doença fizeram o diagnóstico tarde demais”


VACINA CONTRA HPV: EFICAZ, PORÉM CARA.

A prevenção para câncer do colo do útero conta com aliadas: uma vacina de imunização contra o HPV, principal causa da doença, já está no mercado e outra aguarda a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para ser comercializada. Mulheres entre 16 e 25 anos que nunca foram infectadas pelo vírus são as indicadas para tomar a injeção. “A eficácia da imunização é de 80% para os dois principais tipos de HPV cancerígenos”, diz Luiz Henrique Gebrim, professor da Unifesp. A vacina, no entanto, não exclui o exame de papanicolau. A imunização é feita com três aplicações, tomadas em intervalos de dois e seis meses. O preço de cada dose pode variar de R$ 400 a R$ 500 reais. O tratamento completo, oferecido em clinicas particulares não sai por menos de R$ 1.200,00. Segundo o Ministério da Saúde, a vacina não está disponível no Sistema Único de Saúde em função de seu alto custo.

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